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Psicóloga

Luciane Isabel Melo Inocêncio

Machismo: Um desafio a ser superado

Machismo

Refletir sobre o machismo é pensar sobre um emaranhado de fatores culturais, sociais e históricos, que hipervalorizam os atributos masculinos e levaram à crença da superioridade dos homens sobre as mulheres. Para a Teoria Cognitivo Comportamental (TCC), o machismo é um conjunto de crenças e atitudes que levam a comportamentos discriminatórios e violentos contra as mulheres. Essas crenças e atitudes são internalizadas ao longo da vida, por meio de fatores como a família, a escola, a mídia e a cultura. É um sistema de crenças e atitudes que perpetua a desigualdade de gênero na sociedade.

Apesar dos avanços conquistados pelas mulheres nas últimas décadas, o machismo ainda é uma realidade na atualidade.

As manifestações acontecem de diferentes formas: seja no controle excessivo, na postura de superioridade, na centralização das decisões na família, na violência, desrespeito e objetificação das mulheres, entre outras.

Ainda que muitas ações feministas tenham conseguido combater o machismo longo da história, infelizmente ele ainda é uma realidade. Muitas mulheres ainda sofrem abusos e são objeto desse comportamento incompatível com a vida moderna. Algumas, inclusive, são defensoras (às vezes inconscientemente) desse padrão cultural.

O machismo pode corroer as relações sociais, profissionais, familiares e amorosas, levando a dinâmicas tóxicas, nas quais se estabelece um ciclo de abuso emocional, controle ou desrespeito. Isso muitas vezes ocorre de forma sutil, escondido em comentários aparentemente inofensivos, na distribuição desigual de tarefas domésticas, na subestimação das habilidades das mulheres, entre outros. O machismo tem consequências negativas para ambos os gêneros. Para as mulheres, significa a perda de direitos, oportunidades e autonomia. Para os homens, significa a imposição de uma masculinidade tóxica, que pode levar à violência, à depressão e ao suicídio.

A terapia pode levar ao crescimento pessoal tanto de quem sofre com o machismo, quanto de quem o exerce. Para quem tem dificuldade de aceitar os novos tempos e o papel da mulher moderna, é uma oportunidade de refletir sobre crenças e comportamentos, desafiar preconceitos arraigados e construir uma mentalidade mais igualitária e respeitosa.

Já para quem sofre com o machismo, a terapia é um espaço seguro para processar traumas, desenvolver estratégias de enfrentamento e fortalecer a autoestima, identificando padrões tóxicos de relacionamento e estabelecendo limites saudáveis.

Sabendo que a TCC entende que os pensamentos, as emoções e os comportamentos estão interligados, através da terapia, é possível identificar e modificar as crenças e atitudes machistas, que podem levar a comportamentos discriminatórios e violentos. Alguns exemplos de crenças e atitudes machistas que podem ser alvos da terapia: A mulher é inferior ao homem; A mulher deve ser submissa ao homem; A mulher deve cuidar da casa e da família; A mulher não deve ter as mesmas oportunidades que o homem.  Independentemente do lado em que você se encontra, é preciso transformar padrões de pensamento e relações, para remodelar essa realidade que existe há muito tempo – mas que já passou da hora de mudar.

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