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Psicóloga

Luciane Isabel Melo Inocêncio

O LUTO E AS FESTAS DE FINAL DE ANO: UM PROCESSO PSICOLÓGICO

Luto e Festas de Final de ano

Como é o cheiro daí?

O seu eu não esqueci

Nessas horas dá vontade de ligar

Pra te ouvir, saber como você está

Marcar um café

Eu iria a pé

Só pra te olhar mais uma vez

Abraçar mais uma vez

Eu te vejo em todo canto, todo olhar

Onde tem amor, sei que você está

Agora você é

Tudo que a fé

Pode tocar mais uma vez

Abraçar mais uma vez

Agora você é

Tudo que a fé pode tocar

Como é o tempo aí?

Aqui um tempo eu perdi

Mas é sempre tempo de recomeçar

É bonito ter coragem pra sonhar

Porque a gente é

Tudo o que a fé

Pode tocar mais uma vez

Abraçar mais uma vez

Porque a gente é (a gente é)

Tudo o que a fé pode tocar

Thiago Iorczeski / Eduarda Rodrigues De Paula

O luto é um processo psicológico natural que ocorre após a perda de um ente querido. É um processo complexo e individual, que pode variar em duração e intensidade. As festas de final de ano, por sua vez, são um momento de celebração e confraternização, que costumam ser marcadas por grandes expectativas. Para pessoas que estão em processo de luto, esse período pode ser ainda mais desafiador.

O luto pode ser dividido em cinco etapas:

Choque e negação: é a primeira reação à perda, caracterizada por um estado de incredulidade e recusa em aceitar a realidade.

Raiva: é uma etapa natural do luto, na qual a pessoa pode sentir raiva da pessoa que morreu, de si mesma, de Deus ou do mundo.

Barganha: é uma tentativa de adiar a perda, fazendo promessas ou pedidos a Deus ou aos mortos.

Tristeza: é a etapa mais longa e dolorosa do luto, na qual a pessoa experimenta a dor da perda.

Aceitação: é a etapa final do luto, na qual a pessoa começa a se adaptar à nova realidade.

Luto e festas de final de ano

As festas de final de ano podem ser um momento particularmente difícil para pessoas em processo de luto. Isso porque essas festas costumam ser associadas a momentos de alegria e celebração, que podem contrastar com o sentimento de tristeza e saudade que a pessoa está vivendo. Além disso, as festas de final de ano são um momento desafiador, podendo aumentar a pressão sobre a pessoa que está em luto. Essa pressão pode fazer com que a pessoa se sinta obrigada a participar das festividades, mesmo que não se sinta preparada. A perda de um ente querido ou qualquer outra forma de luto pode tornar esse período particularmente doloroso e difícil de enfrentar, trazendo à tona uma gama complexa de emoções.

É fundamental reconhecer e respeitar os diferentes processos de luto. Todos enfrentam o luto de maneira única e pessoal. Alguns podem preferir manter as tradições, encontrando nelas um conforto, enquanto outros podem sentir a necessidade de fazer ajustes ou até mesmo evitar as festividades para lidar com o luto. Neste contexto, a empatia e a compreensão são essenciais. Aqueles que estão de luto precisam de apoio emocional e compreensão daqueles ao seu redor. Oferecer um ouvido atento, demonstrar compaixão e disponibilidade para simplesmente estar presente pode fazer uma diferença significativa.

Como lidar com o luto nas festas de final de ano

Não existe uma resposta única para essa pergunta, pois o melhor modo de lidar com o luto nas festas de final de ano vai depender das características individuais da pessoa e da situação específica. No entanto, algumas dicas podem ser úteis:

Seja gentil consigo mesmo: permita-se sentir a dor da perda e não se cobre por não estar feliz ou animado.

Comunique-se com seus familiares e amigos: compartilhe seus sentimentos com pessoas de confiança. Conversar abertamente sobre o luto e as emoções relacionadas pode ser terapêutico. Cuide de si mesmo: alimente-se bem, descanse o suficiente e pratique atividades físicas.

Procure ajuda profissional: faz-se necessário um psicólogo para ajudá-lo a lidar com o luto.

Existem maneiras de tornar as festividades mais suportáveis para aqueles que estão de luto. Estas incluem:

Permitir que as pessoas expressem seus sentimentos pode ajudar no processo de cura.

Adaptação das tradições: Ser flexível em relação às tradições e rituais, adaptando-os de maneira a respeitar e incluir os sentimentos daqueles que estão de luto.

Criar novas tradições: Introduzir novas maneiras de celebrar, homenageando a memória do ente querido que se foi. Isso pode incluir acender uma vela em sua memória ou fazer uma doação em seu nome.

Autocuidado: Encorajar o autocuidado, permitindo que aqueles que estão de luto reservem um tempo para si mesmos, praticando atividades que lhes tragam conforto e paz.

Por outro lado, para aqueles que desejam apoiar alguém que está de luto durante as festividades, é importante: 

Estar presente: Oferecer apoio emocional e compreensão, mostrando-se disponível para ouvir e estar presente, sem julgamentos.

Respeitar os sentimentos: Reconhecer e respeitar as emoções da pessoa enlutada, sem pressioná-la a participar das celebrações se não se sentir confortável.

Ser compassivo: Demonstrar empatia e compaixão, compreendendo que o período de festas pode ser um momento desafiador para quem está de luto.

Oferecer suporte prático: Ajudar com tarefas do dia a dia ou oferecer ajuda prática pode ser muito reconfortante para alguém que está passando pelo luto.

Exemplos de atividades que podem ser feitas nas festas de final de ano para homenagear uma pessoa que faleceu:

Montar uma árvore de Natal com fotos do ente querido.

Fazer uma pausa na celebração para contar histórias do ente querido.

Incluir o seu prato ou a bebida favorita na ceia.

Ouvir as músicas de que o ente querido gostava.

Fazer uma doação em nome do ente querido.

Plantar uma árvore ou outra planta em sua memória.

É importante lembrar que não existe uma maneira certa ou errada de lidar com o luto. O importante é encontrar o que funciona melhor para você e respeitar o seu tempo.

É essencial citar que o luto é um processo individual e que não segue um cronograma específico. Portanto, cada pessoa pode lidar com as festividades de final de ano de maneira diferente. O importante é oferecer apoio, compreensão e um espaço seguro para que cada um possa atravessar esse período da maneira que melhor se adeque às suas necessidades emocionais.

Referências

Kübler-Ross, E. (2017). Sobre a morte e o morrer. São Paulo: Martins Fontes.

Worden, J.W. (2012). O processo do luto. São Paulo: Summus.

American Psychological Association. (2019). Grief and loss.

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