O nome Burnout surgiu na década de 1970, quando o psicanalista alemão Herbert Freudenberger o usou para descrever um estado de exaustão extrema e desmotivação que ele havia observado em si mesmo e em outros trabalhadores voluntários em uma clínica para dependentes químicos.
O termo Burnout é uma tradução livre da palavra inglesa “burnout”, que significa “queimar-se por completo”. Freudenberger acreditava que esse estado era causado por um excesso de dedicação ao trabalho, que levava à perda de energia e de sentido para a vida.
Em 1993, a Associação Americana de Psiquiatria (APA) incluiu o Burnout na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10), como um distúrbio relacionado ao trabalho. Em 2018, a OMS incluiu o Burnout na CID-11, como um fenômeno ocupacional.
A Síndrome de Burnout, também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional, é um distúrbio emocional caracterizado por combinação de fadiga física e mental, estresse, despersonalização, diminuição do senso de realização, um estado de exaustão extrema, situações específicas no local trabalho que geralmente demandam muita competitividade ou responsabilidade. Uma condição de saúde mental amplamente estudada no contexto profissional sendo objeto de consideráveis estudos nas últimas décadas. É um problema de saúde significativo que afeta profissionais de diversas áreas e tem implicações tanto para o indivíduo quanto para as organizações.
Causas
As causas da Síndrome de Burnout são complexas e envolvem uma combinação de fatores individuais, organizacionais e ambientais. Entre os fatores individuais, destacam-se:
Personalidade: pessoas com traços de perfeccionismo, auto exigência e dificuldade em lidar com o estresse são mais propensas a desenvolver o Burnout.
Histórico de traumas ou transtornos mentais: pessoas com histórico de traumas ou transtornos mentais, como depressão ou ansiedade, também são mais vulneráveis à Síndrome.
Entre os fatores organizacionais, destacam-se:
Carga de trabalho excessiva: trabalhar muitas horas, com pouco tempo para descanso, pode levar ao esgotamento físico e mental.
Exposição a situações estressantes: trabalhar em um ambiente com um alto nível de estresse, como em um hospital ou em um call center, pode aumentar o risco de desenvolver a síndrome de Burnout.
Falta de suporte social: a falta de suporte social no trabalho, como a falta de reconhecimento ou de feedback, pode contribuir para o desenvolvimento da Síndrome de Burnout.
Fatores de risco
Cargas de trabalho excessivas, falta de controle sobre o trabalho, ambientes tóxicos, conflitos interpessoais e falta de reconhecimento são alguns dos fatores de risco identificados na literatura. Além disso, características individuais, como a tendência à perfeição e a dificuldade em estabelecer limites entre o trabalho e a vida pessoal, também desempenham um papel importante.
Prevenção
A prevenção da síndrome de Burnout é importante para proteger a saúde e o bem-estar dos trabalhadores. Prevenir envolve a promoção de ambientes de trabalho saudáveis, a capacitação dos funcionários para lidar com o estresse e a conscientização sobre os sinais precoces da síndrome. O tratamento pode incluir intervenções terapêuticas, como a terapia cognitivo-comportamental, a restrição do ambiente de trabalho e a busca de apoio psicológico.
Fornecer treinamento e orientação pode ajudar os trabalhadores a desenvolver habilidades de gerenciamento de estresse e a lidar com situações difíceis.
É importante encorajar os trabalhadores a buscar ajuda quando necessário para que saibam que podem contar com apoio profissional se estiverem enfrentando problemas relacionados ao trabalho.
Tratamento
O tratamento da síndrome de Burnout envolve uma combinação de psicoterapia, medicamentos e mudanças no estilo de vida. A psicoterapia pode ajudar os trabalhadores a desenvolver habilidades de enfrentamento e a lidar com as causas da síndrome. Os medicamentos podem ser usados para tratar os sintomas de depressão, ansiedade ou outros transtornos mentais que possam estar associados ao Burnout. As mudanças no estilo de vida, como a prática regular de exercícios, uma alimentação saudável e um bom sono, também podem ajudar a melhorar o bem-estar físico e mental dos trabalhadores.
Concluindo: A Síndrome de Burnout é um desafio significativo para profissionais e organizações em todo o mundo. Aqui destacamos a importância de compreender suas causas, sintomas e impactos, bem como a necessidade de abordagens preventivas e terapêuticas eficazes. O conhecimento contínuo e a pesquisa nessa área são cruciais para lidar com esse problema de saúde mental no local de trabalho.
Referências bibliográficas
American Psychiatric Association. Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, Fifth Edition (DSM-5). Arlington, VA: American Psychiatric Association; 2013.
Organização Mundial da Saúde. Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-11). Genebra: OMS; 2018.
Ministério da Saúde. Síndrome de Burnout: o que é, causas, sintomas e tratamento. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2023.